Seguindo com nossa série de dicas sobre prevenção e manutenção da qualidade da fibra na lavoura de algodão, o tema abordado agora é Desfolha do Algodoeiro.

O processo de desfolha do algodoeiro se inicia com o planejamento, levando em consideração a maturação do algodão, para que seja realizado no momento ideal, deixando que a planta chegue nessa fase com uma média de 1,30 metros de altura. Deve-se evitar plantas maiores, pois tendem a tombar no momento da colheita, causando excesso de sujeiras oriundas do caule do algodoeiro, afetando a qualidade da fibra.

O desfolhante age na redução do teor de umidade provocando a queda das folhas (abscisão). É importante destacar que essa ação de desfolha ocorre de sete a quinze dias após a aplicação do produto e por isso, a importância do planejamento e escalonamento das aplicações, sendo necessário alinhar o uso do desfolhante com o número de máquinas e capacidade de colheita, evitando assim, a exposição da fibra à poeira, chuva e ação dos raios ultravioleta. Todas essas intempéries, podem deixar a fibra seca e quebradiça, elevando o índice de fibras curtas e diminuindo o peso do capulho, além de provocar o rebrote das folhas que resultam em manchas nas fibras.

A aplicação do maturador é tão importante quanto o uso do desfolhante, já que o grande objetivo de seu uso é acelerar a maturação e abertura dos frutos. A utilização do maturador deve ser no momento em que todas as maçãs alcançarem o nível ideal de maturidade fisiológica ou quando estiverem com mais de 90% dos frutos abertos. É importante evitar aplicações precoces, para não comprometer o rendimento de pluma e principalmente o desenvolvimento do micronaire da fibra.

O destaque aqui é que a qualidade da desfolha, contribui com a classificação visual da pluma do algodão, pois com a redução da umidade se tem menos fibras amareladas, incidência de manchas e impurezas. Realizar a colheita sem respeitar o período correto da desfolha, pode gerar excesso de impurezas, o que consequentemente aumenta o custo do processo de beneficiamento, pois exige que a usina tenha maior dedicação no sistema de pré-limpeza ao beneficiar. Isso gera, muitas vezes, um tipo comercial de algodão fora do padrão base, provocando deságios na comercialização.

Com um bom planejamento, alguns cuidados e atenção no processo de desfolha do algodoeiro, pode-se manter o tipo e a qualidade do algodão produzido.